O transplante de órgãos é uma prática medicinal que salva vidas. Contudo, o número de doadores não é equivalente ao de necessitados. Desse modo, a ciência busca por outras maneiras de suprir o déficit por meio de experimentos.
Nesta semana, um grupo de pesquisadores da Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos, desenvolveu o primeiro coração humano bioimpresso. O órgão imprimido em 3D é do tamanho natural e imita os tecidos do órgão real.
Desse modo, o estudo busca ajudar o mundo da medicina a criar uma réplica de um coração para que este, seja utilizado em pré-cirurgias momentaneamente, e no futuro, como substituto do órgão em humanos.
Coração verossímil será utilizado para testes pré-cirúrgicos
Os cientistas classificaram a técnica como “Freeform Reversible Embedding of Suspended Hydrogels”, ou apenas “Fresh”. O método consiste em usar uma agulha para injetar biomaterial em um vasilhame com hidrogel, e após isso, derreter o composto no formato da impressão 3D.
O modelo é construído de acordo com o coração de cada paciente, que é identificado a partir de uma ressonância magnética. O professor de engenharia biomédica da Universidade e coautor da pesquisa, Adam Feinberg, disse que a aplicação do modelo é possível pois diversos hospitais contam com impressoras 3D.
Ainda em sua afirmação, o cientista comemorou que a descoberta não apenas ajuda os procedimentos cirúrgicos de modo visual, mas também na prática física, visto que o objeto poderá ser manuseado como um tecido verdadeiro.
Órgão de material orgânico para transplantes
O coração bioimpresso é constituído de polímero macio e em natura, conhecido como alginato, advindo de algas marinhas. O composto tem características semelhantes ao tecido real. De modo a oferecer a experiência mais realista, o coração apresenta as mesmas cavidades do correspondente verdadeiro.
Em outra ocasião, os cientistas já imprimiram uma artéria coronária com o mesmo material. O objetivo é de que possa servir como transportador de sangue, para que o coração no futuro trabalhe com vascularidade interconectada possibilitando praticar sutura de artérias com o sangue em movimento.
Um dia, a estrutura biológica poderá dividir espaço com células que poderão formar um sistema orgânico e funcional, tornando assim o transplante de órgãos impressos possível. De qualquer modo, conforme afirmou o principal autor do ensaio, Eman Mirdamadi, a descoberta da ferramenta Fresh já é um grande passo.