Dólar apresenta queda em dia de posse de Biden

Nesta quarta-feira (20), dia da posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos e da decisão do Banco Central no que concerne à taxa básica de juros, o dólar apresentou uma queda considerável. 

Enquanto isso, nesta terça-feira (19), a moeda americana fechou em alta de 0,78%, enquanto no mês passado, teve um acúmulo de avanço referente a 3,05%. Às 11h56 de hoje (20), o dólar à vista caiu 0,77%, a 5,3053 reais na venda.

Dólar apresenta queda em dia de posse de Biden
Fonte: (Reprodução/Internet)

Posse de Biden influenciará moeda americana

As moedas que possuem características semelhantes ao real, como o real mexicano, o rand sul-africano e o dólar australiano, foram apreciadas. Os mercados de ações europeus subiram, enquanto Wall Street também avançou e o petróleo está se desenvolvendo.

De acordo com Bradesco, os investidores esperam que Biden possa propor seu plano fiscal de US$ 1,9 trilhão ao Congresso ainda no início de seu governo, enquanto a economia estadunidense apresenta sinais de perda de vigor.

Nos Estados Unidos, mais medidas de estímulo significam mais liquidez, que pode ser transferida para mercados de maior risco, como o Brasil, estimulando a entrada de dólares e, possivelmente, baixando os preços das moedas.

BC poderá retirar taxas de juros mantidas previamente

Os investidores ainda estão esperando que o Banco Central envie um sinal para a Selic. Muitas pessoas no mercado disseram que se certas condições forem atendidas, o BC irá retirar seu compromisso de manter as taxas de juros do comunicado.

Entende-se que este será o primeiro passo para o entendimento da taxa de câmbio de Selic, que pode fornecer algum suporte para a mesma. Analistas acreditam que um dos motivos da pressão sobre o real são as baixas taxas de juros, o que facilita o hedge da moeda ou o financiamento de operações de hedge de outras moedas.

Real pode representar maior aposta das moedas latinas

Segundo levantamento do Bank of America, o real é a maior aposta entre as moedas latino-americanas, e terá melhor desempenho nos próximos seis meses. Ainda de acordo com a pesquisa, a deterioração fiscal é o principal risco relacionado ao Brasil, com 72% das respostas concentradas.

Como os mercados temem que a imunização do Brasil contra a Covid-19 seja lenta e sofra retrocessos, houve um aumento nas preocupações sobre o ímpeto da recuperação econômica referente a novos gastos, que mais uma vez podem afetar o mercado financeiro.

O mercado acompanha de perto as campanhas eleitorais da Câmara dos Deputados e do Senado para calcular o risco de maiores gastos com mais pressão governamental, que também pode vir de dentro do governo.

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Fonte: (Reprodução/Internet)

Juros básico deve ser mantido em 2% ao ano pelo Copom, prevê mercado

Caso a previsão de analistas do mercado de finanças se concrete, a taxa deverá permanecer na mínima histórica de 2% ao ano após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Assim, 2021 será o terceiro ano consecutivo com este recorde.

A decisão da reunião deverá ser compartilhada pelo BC por volta das 18h30 de hoje (20). As taxas de juros são definidas com base no aumento dos preços das commodities (produtos com preços internacionais, como petróleo, minério de ferro e soja) e na valorização do dólar americano (USD). 

Por outro lado, em comparação com as matrículas no último semestre do ano passado, a economia dava sinais de desaceleração no início de 2021. Segundo economistas, o fim do Auxílio Emergencial do governo federal está agravando a fragilidade das atividades no primeiro trimestre e tomando medidas para conter a inflação.

Como é tomada a decisão

O Copom fixa uma taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação e olha para o futuro, pois a decisão leva de seis a nove meses para ter impacto total na economia.

A principal meta para este ano é de 3,75%, mas o IPCA pode ficar entre 2,25% e 5,25% sem violar oficialmente a meta. Até 2022, a meta central é de 3,5%. Se o índice oscilar de 2% a 5%, a meta será oficialmente cumprida.

Até 2020, sob a pressão dos preços dos alimentos, o IPCA atingiu 4,52%, valor 4% superior ao valor central da meta para o ano, mas ainda dentro da faixa de tolerância. Esta é a maior taxa de inflação anual desde 2016.