Na última terça-feira (20), a Intel divulgou detalhes do primeiro satélite desenvolvido com Inteligência Artificial (IA) à Terra. O projeto tem parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a startup Ubotica.
A idealização das empresas é monitorar o gelo polar e a umidade do solo, mas também resolver o desafio da indústria espacial que é o escurecimento de fotos tiradas de satélites por causa das nuvens.
A tecnologia foi nomeada como CubeSat PhiSat-1 e tem o tamanho de um computador desktop. De acordo com as companhias desenvolvedoras, o dispositivo poderá resolver o problema de imagens por meio da coleta de grande número de imagens de pastes visíveis do espaço.
Satélite PhiSat-1 foi aprovado em testes
O sistema utilizará Inteligência Artificial para limpar as nuvens que estão presentes nas fotos do espaço. O satélite possui uma câmera hiperespectrual, que consegue captar imagens por milhares de espectros de uma vez. Seu processador de IA será integrado por meio do chip Intel Movidius Myriad 2.
Como o chip não foi projetado para orbitar, a equipe que desenvolveu o satélite para o chip teve que realizar a “caracterização de radiação”, um processo em que a tecnologia passa por diversos testes para que seja descoberto possíveis erros ou desgastes no hardware.
Com isso, o Myriad 2 passou por vários testes e foi aprovado em todos. Um deles, levou quase 36 horas consecutivas na fase de “detonação do feixe de radiação”. Foi possível ver que a aparelhagem está apta para ficar no espaço sem passar por muitas modificações.
Inteligência Artificial utilizou imagens de antigas missões em pesquisa
Para que o aparelho funcione corretamente, a equipe desenvolvedora treinou a Inteligência Artificial para conseguir distinguir o que é uma nuvem e o que não é. Diante disso, o grupo utilizou dados de missões espaciais existentes, buscou imagens e filtrou as que continham nuvens antes de enviar as fotos finais à base.
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, os testes conseguiram ser concluídos em quatro meses. Atualmente o grupo de desenvolvimento busca formas de enviar o aparelho em órbita espacial. De acordo com a equipe, o PhiSat-2 pode ser equipado com um segundo chip em órbita e um app de Inteligência Artificial deve ser idealizado para operar o hardware.