Neste ano, o Governo Federal decidiu não continuar com o auxílio emergencial. Diante disso, o repasse de 68 milhões de reais aos cidadãos para amenizar os impactos da pandemia não será feito.
Com essa medida, muitos indivíduos passam a enfrentar fome, desemprego e inflação, principalmente os cidadãos do Amapá. No ano passado, a região foi a que mais recebeu o auxílio, com cerca de 82% da população dependente do benefício.
Amapá e a dependência do benefício
De acordo com Liliane Dias, secretária de Assistência Social mencionada no portal BBC, antes da pandemia 40% da população dependia dos programas sociais. Na região, o emprego se restringe à pesca, ao serviço público e ao comércio, muitas das vezes, informal.
Em vista do isolamento social, profissionais acabaram não tendo como trabalhar na cidade, tornando-se dependentes do auxílio emergencial. Com mais de 80% da população sendo amparada pelo benefício, a prefeitura acredita que pode estar acontecendo uma série de fatores.
Para ela, o número elevado de solicitantes sugere que há bastante fraudes em relação aos pedidos do benefício, algum erro de cadastro do programa ou realmente, o número de necessitados na região está fora do comum.
Atualmente, na região, o preço dos alimentos e da moradia estão aumentando. Essa questão, juntamente com a extinção do auxílio emergencial, fez com que muitos cidadãos dependessem de doações, como de cestas básicas.
Impacto diretamente sobre os moradores
Desde março do ano passado, Wendell Silva – 38 anos – não consegue trabalhar, devido às proibições feitas pela Prefeitura de Amapá para realizar eventos públicos, incluindo festas e comemorações festivas, como o aniversário de Amapá.
Wendell trabalha como DJ há 13 anos em eventos que costumam reunir no mínimo 400 pessoas, chegando a atingir até 1000 pessoas. No ano passado, o cidadão perdeu alguns amigos e o seu avô para a doença.
Para ele, a decisão de proibir aglomerações estava condizente com o momento, porém o mesmo não entendia o motivo da medida, em vista das aglomerações que aconteciam na região sem medidas preventivas.
‘‘Tem fila em todo canto e ninguém se protege ou se importa. Desse jeito era pra voltar as festas de vez, então’’, relata o morador do Amapá. Silva ainda completa, dizendo que existem muitas famílias que dependem dos eventos para sobreviver e ter dinheiro.
Única fonte de renda
“Só sobrevivo porque amigos ajudam com comida’’, menciona Robson Cambraia ao BBC. O idoso, que não se lembra de sua idade, diz que já recebeu ajuda da prefeitura, porém os políticos somem após eleições. Robson, que atualmente não consegue realizar nenhum serviço, não sabe o que será dele sem o benefício.
Consequências ao país
Por um tempo, o benefício do auxílio emergencial visou amenizar o impacto do desemprego e a perda de renda dos moradores de diversas regiões do Brasil, ampliando o poder de compra de alguns indivíduos.
Buscando tentar conter o cenário econômico calamitoso do país, a utilização do benefício, no entanto, teve consequências, como o aumento da inflação (4,52%) e a elevação dos alimentos, que atingiu 14%, o pior desde 2002.
Em vista de questões orçamentárias, Jair Bolsonaro, presidente da república, determinou extinguir o pagamento do auxílio emergencial. Ao encerrar o benefício, o Governo Federal busca estudar alternativas.
Atualmente, não há nenhuma medida concreta sobre o que pode vir a suprir o programa. A prefeitura do Amapá procura reverter o fim do auxílio emergencial ou aumentar os benefícios da assistência social daqueles que mais precisam.
Cidades mais beneficiadas
Ainda de acordo com a BBC News Brasil, baseando-se nos dados do IBGE e da Justiça Eleitoral, a região do Amapá foi a mais beneficiada, atingindo 82% da população total. Segundo Liliane, há diversos nomes na lista de beneficiários que ‘‘nem moram na cidade’’.
Em relação às outras cidades dependentes do programa, há: Pacaraima (RR), Iranduba (AM), Beruri (AM), Campo Largo do Piauí (PI), Prainha (PA) e Extremoz, no Rio Grande do Norte.
References
extinguir o pagamento do auxílio emergencial – Auxílio emergencial chega ao fim e deve deixar 38 milhões desempregados | Rede Jornal Contábil – Contabilidade, MEI , crédito, INSS, Receita Federal