O estudo publicado nesta segunda-feira (21) na revista Nature Materials demonstra como a utilização de células-tronco em bandagens e biomateriais podem ocasionar em resultados acelerados de recuperação de ossos quebrados.
Pesquisadores do King’s College London, universidade pública de Londres, desenvolveram um método que utiliza de estrutura envolvida em proteínas para simular um produto semelhante aos ossos humanos, a bandagem especial.
Seu uso, por exemplo, pode englobar a prevenção de infecções e problemas mais graves em machucados ou fraturas complexas. O biomaterial criado funciona como um curativo que pode ser acoplado em qualquer parte do corpo humano que apresentar lesões.
Objetivo do projeto
Segundo o estudo, o objetivo do projeto é estimular o crescimento ósseo na região afetada, reparando assim a lesão feita. Por esse motivo que a bandagem pode ser utilizada como substituta do gesso comum, até então a opção mais utilizada no mundo.
O processo pode ser mais rápido com o crescimento de células-tronco ósseas que geram células ósseas em um gel tridimensional na bandagem. Assim, de acordo com o estudo, o transplante dessa bandagem se torna parecida com um osso na fratura.
Bandagem pode revolucionar a medicina
O desenvolvimento do projeto que acelera o reparo de fraturas pode ser considerado com um grande avanço na medicina se for comparado com os processos de recuperação lento (às vezes até falho) presentes hoje em dia. Neste quadro, inclui-se todas as pessoas que possuem problemas de cicatrização.
Atualmente, os métodos adotados referentes à regeneração não fazem o uso de implantes sintéticos, ou de outros tecidos, em seus compostos. Tais medidas dependem apenas da capacidade do próprio corpo humano em se reparar.
“Nossa tecnologia é a primeira a criar um tecido semelhante a um osso a partir de células-tronco ósseas humanas no laboratório dentro de uma semana e transplantá-lo com sucesso no defeito ósseo para iniciar e acelerar o osso reparo”, afirmou Shukry Habib, da universidade.
Formação de ossos a partir da célula-tronco
Mais uma vantagem do protótipo de recuperação criado diz respeito ao auxílio na capacidade de formação de ossos gerados a partir de células-tronco, algo que ainda não é possível em terapias comuns que adotam células como base.
É importante ressaltar que o estudo cria a possibilidade de se utilizar um biomaterial que também seja biodegradável. Ou seja, o composto pode ser facilmente absorvido pelo corpo após cumprir seu objetivo.
A seguir, as próximas etapas a fim de tornar o tratamento inovador viável é referente a testagem clínica. Segundo a equipe envolvida, uma outra meta do projeto é evoluir a cicatrização de outros órgãos e tecidos do corpo humano.