Todo mundo já utilizou aplicativos de delivery para pedir aquele lanche mais barato por conta dos cupons ou para aproveitar aquela taxa de entrega gratuita disponível no app.
Porém, recentemente, uma greve dos entregadores dos principais aplicativos explodiu. Entregadores alegam falta de condição de trabalhos e por isso resolveram paralisar a entrega de pedidos.
Com isso, aplicativos e colaboradores entraram em guerra, pois um lado quer ter mais direitos e mão de obra valorizada, enquanto o outro não quer ceder para as exigências feitas.
Quer saber tudo sobre a greve de entregadores? Fique aqui e descubra os principais motivos dela ter começado.
Por que a greve começou?
A greve se iniciou porque os entregadores estavam alegando falta de condições de trabalho, já que, segundo eles, os aplicativos não oferecem suporte suficiente para exercerem sua profissão.
Além da carga horária exaustiva, muitos trabalhadores acabam trabalhando de domingo a domingo para poder fechar as contas ao fim do mês, pois alegam serem mal remunerados pelos apps.
Soma-se a todos esses fatores os custos que cada entregador tem ao realizar a profissão, pois pagam pela gasolina e manutenção de suas motos ou bicicletas utilizadas. A falta de EPIs, a inexistência de um auxílio em caso de acidentes e um reajuste de preços por entrega e anual são alguns dos motivos pelo qual a greve está acontecendo.
Efeito pandemia
Com o surgimento da pandemia, a profissão acabou sendo vista com outros olhos pela população, pois o distanciamento social se fez necessário, então, muitos optam por pedirem comida através dos aplicativos.
Logo, o número de pedidos aumentou, os lucros e gastos também, mas as condições de trabalho continuam a mesma: precária, desamparada pelos aplicativos e com cargas horárias de fazer inveja aos trabalhadores da revolução industrial.
Além disso, com o vírus rondando por todos os cantos do país, os entregadores ficam expostos, aumentando as chances de contrair a doença e ter se afastar.
Caso ocorra o afastamento, por não terem os direitos trabalhistas básicos garantidos (porém, reivindicados pelo movimento), esse trabalhador, por falta de auxílio, acaba ficando sem renda e sem condições de pagar suas dívidas.
Dependem do apoio da população
Para que a greve seja de fato efetiva e que seja possível colher frutos disso para os entregadores, será necessário que haja apoio da população ao movimento. Os entregadores pedem que os pedidos não sejam feitos, ao menos nos dias de greve, para que isso force os aplicativos de entrega como iFood e Uber Eats, a cederem aos pedidos feitos pelo trabalhador.
Com o apoio da população, os aplicativos não terão outra saída que não seja dar aos entregadores o que eles querem, pois dependem exclusivamente deles para funcionar.
O “empreendedorismo” incentivado pelos aplicativos
Muito do que acontece hoje em dia é relacionado ao “empreendedorismo” incentivado anteriormente pelos aplicativos, que acabou enganando boa parte dos entregadores atuais. Os apps alegavam que, com o entregador trabalhando apenas no horário que queria, eles eram empreendedores, pois não tinham um patrão. Porém, com isso se criam muitos problemas.
Com isso, caso ocorra algum acidente, o app não tem que arcar com nada com seu colaborador, afinal, ele não se apresentou como seu chefe. Essa foi a maneira achada pelos aplicativos de não arcar com gastos com seus trabalhadores.
O movimento dos entregadores busca agora uma melhor qualidade de condição de trabalho para a categoria, pois enxergaram que a relação entre eles e os aplicativos nunca foi entre empreendedores, e sim, entre patrão e empregado.