Recentemente, foi descoberto um bot disponível para o Telegram que utiliza a tecnologia “Deepfake” para criar nudes de mulheres para compartilhá-los na internet. Isso causou uma revolta imensa nas redes sociais.
A Inteligência Artificial consegue extrair qualquer imagem comum e trocar partes de vestimentas do corpo feminino por partes nuas. Até então, foram descobertas mais de 100 mil imagens falsas compartilhadas online, mas o bot pode ter produzido mais de milhões não rastreadas.
O aplicativo Telegram está em primeiro no Top Chart de aplicativos da Apple, considerado um dos mais utilizados mundialmente. O app é bastante conhecido por ter robôs com várias funções e canais de filmes e músicas vazadas.
Deepfake já foi utilizado para produzir mais de 100 mil nudes
Em pesquisa conduzida sobre o robô do aplicativo, foi descoberto que a maior parte das vítimas são mulheres comuns, cuja a imagem foi retirada de postagens normais em redes sociais como Instagram e Facebook, algumas com biquínis ou maiôs, outras com camisetas longas.
O caso se estendeu pois o robô também estava utilizando fotos de meninas menores de idade. A Inteligência Artificial não funciona sozinha e já foi utilizada diversas vezes, como no caso do bilionário Mark Zuckerberg em uma conferência.
Mesmo que pareça algo novo para muitos, o intuito de criar Inteligências Artificiais para fins negativos não é de hoje. Em junho de 2019, o app ‘Deepnude’ foi criado com o mesmo objetivo, criar versões nuas de imagens de celebridades na internet. Em outubro do mesmo ano, foi descoberto que 96% das imagens criadas eram dedicas à pornografia.
Microsoft está desenvolvendo ferramenta contra o Deepfake
O que está causando intriga nos internautas é o fácil acesso na ferramenta. Seu acesso é gratuito e pode ser controlado por qualquer usuário do Telegram. Além disso, a aplicação do “efeito” é fácil e leva alguns minutos para ser feito.
“A inovação aqui não está necessariamente na IA. É o fato de que ele pode chegar a muitas pessoas, de forma muito simples” explicou Giorgio Patrini, CEO da empresa de pesquisa em deepfakes e co-autor do estudo.
A empresa Sensivity, companhia de pesquisa de Giorgio, evitou divulgar o nome da Inteligência Artificial. Empresas como Facebook estão oferecendo recompensas para startups que desenvolverem ferramentas capazes de identificar “deepfakes”. Porém, a própria Microsoft anunciou um recurso do tipo no começo do mês de outubro de 2020.